quarta-feira, 20 de abril de 2011


O silêncio das velas
As vezes caminho em silêncio para não despertar a poesia. Mas lhe confesso que muitas são as vezes em que ela me desperta trazendo nos braços os sorrisos da noite. A noite por sua vez tem esta capacidade de gerar certos encantos sobre a natureza das velas cujo o fogo me encanta.
As velas tem este modo de dançar na noite com seus cabelos de fogo que suavemente balançam aos sons do vento. Eu posso permanecer horas contemplando a dança das velas e o modo sutil com que elas me seduzem a poesia da noite. Meus versos são rebeldes e tem esta mania de me conduzir a atos imprevistos como escrever um poema falando da noite, das velas, do amor...
Ao passo em que me conecto a sensualidade do fogo das velas o tempo corre em minhas mãos ao costurar palavras semi nuas recobertas de ternura e saudade. Como são inconclusas as lágrimas do tempo sobre mim. Como intermináveis são meus gestos de carinho aos teus olhos que mesmo de longe procuro encontrar. Que em tudo isso ainda restam meus sentidos sobre o tempo e a natureza das flores que iluminam meu jardim de fogo. Como o amor dos astros sobre o universo que sem cessar segue infinito na eternidade.
Como me perco de mim mesmo ao jogar-me a arte em fogo sobre a destreza das velas que iluminam a noite e seu corpo em minha memória. Chego a sussurrar quietinho na cama teu nome em devoção ao silêncio das velas. As tenho em confidência recostadas em meu colo, enquanto você trilhando caminhos me pede baixinho, me deixa dormir...
E adormeço no mar contando estrelas no céu e soletrando palavras sobre a lua que assim como as velas sonham com a poesia que há em nós. E como tudo que há no mundo que se inventa sem pensar, invento o amor sobre o universo pra te dizer a luz de velas que me apaixonei sem perceber.
Helder /09

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